21 maio 2014

O Brasil Precisa De Uma Nova Polícia

Criticadas por seu grau de violência e pela baixa eficácia, instituições formam policiais com vícios da ditadura militar. Governos insistem em soluções pontuais que sucumbem às antigas práticas de corrupção e corporativismo

Quem precisa de polícia? A pergunta carregada de indignação estava entre os muitos e difusos pleitos das manifestações de 2013. A resposta é óbvia, apesar de incômoda para as alas radicais que querem ‘mudar o país’, sem dizer exatamente para onde. A todos – exceto aos bandidos – interessa uma polícia presente, preparada, capaz de servir, intervir e mediar conflitos que a sociedade não conseguiu equacionar por diálogo e consenso. O uso da força, é claro, faz parte desse repertório de ações, mas como recurso extremo.

Não é este o retrato das forças policiais Brasil afora. Tampouco foram os manifestantes os primeiros a reivindicar mudanças nas instituições – particularmente as militares. O relatório de 2014 da organização Human Rights Watch, no capítulo dedicado ao Brasil, cita as 1.890 mortes atribuídas a policiais no ano de 2012 – dado fornecido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Diz o relatório: “Nem todas as mortes ocorridas em decorrência de ação policial resultam do uso legítimo de força”. Separados os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, houve naquele ano, respectivamente, 165 e 362 homicídios cometidos por agentes. O documento destaca como exemplo o caso do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde 14 de julho do ano passado na favela da Rocinha, no Rio. Vinte e cinco policiais militares foram denunciados pelos crimes de tortura, assassinato, ocultação do cadáver e obstrução da Justiça.

Há um desencontro histórico entre o que se quer da polícia e o modelo que os governos mantêm nas instituições e na forja de novos policiais. Apesar de graduados em épocas diferentes, são parecidíssimos, em sua formação, os 79 PMs réus pelo massacre de 111 presos do Carandiru, em 1992, e os 25 policiais agora julgados no Rio de Janeiro pela morte de Amarildo. Os agentes do Carandiru foram treinados entre as décadas de 70 e 80; os do Rio, em sua maioria, são egressos de turmas dos anos 2010, dos bancos da academia dedicados a formar a nova polícia concebida pelo secretário de Segurança de Estado, José Mariano Beltrame. Na avaliação de especialistas em segurança pública ouvidos pelo site de VEJA, mudanças pontuais, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) ou os programas que trazem pequenas inovações, não são suficientes para entregar à sociedade uma polícia livre de vícios e mais voltada para o serviço ao cidadão do que para a guerra.

Militares

É a PM o alvo maior das denúncias de abusos, corrupção, ineficiência e, até, por sua ausência. Afinal, na divisão de competências estabelecida entre a polícia judiciária e a ostensiva, coube aos homens e mulheres fardados a missão de travar o corpo a corpo com a população, em situações que vão das operações de trânsito à contenção de protestos.
A antropóloga Haydée Caruso, professora da UnB, pesquisou a formação dos praças da Polícia Militar do Rio em trabalho de mestrado entre 2002 e 2004. Constatou que as principais instruções de procedimentos datavam da década de 80. O que havia de “novo” eram manuais criados em 1983 pelo coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira, que comandou a instituição nos anos 80 e é considerado o criador dos postos de policiamento comunitário em favelas do Rio. As disciplinas que dominam os currículos são as de ênfase jurídica e militar.
"As academias de hoje formam profissionais inseguros, que têm pouco conhecimento sobre a realidade da rua e do que a população quer desse policial. Rapidamente os conceitos novos são suprimidos pelo que dita a prática dos veteranos. O treinamento formal, de certa forma, melhorou. Mas não o suficiente para transformar os padrões de comportamento e a relação que o agente estabelece com a população”, afirma Haydée.

A formação dos agentes é um reflexo da forma como foram concebidas as instituições policiais, um problema bem anterior à ditadura militar. As forças que hoje atuam nas cidades nasceram com o intuito de servir à sociedade democrática. “Temos no Brasil uma cultura policial muito arraigada, anterior até à ditadura militar. Nossa estrutura policial foi concebida para finalidades não vinculadas à sociedade democrática, com a polícia que caçava escravos, formada por jagunços e milícias com a finalidade de cumprir interesses que não são os da cidadania, em um tempo de desigualdade social muito grande”, explica o sociólogo Rodrigo Azevedo, professor e pesquisador da PUC-RS, especializado em ciências criminais.

A divisão de competências entre as instituições civis e militares criou no Brasil um padrão que tem, ao mesmo tempo, sobreposições e descontinuidade de competências. É a Polícia Militar que age na rua, aborda o cidadão, prende suspeitos e conduz as “ocorrências”. Mas é a Polícia Civil a encarregada de registrar, encarcerar, indiciar e encaminhar os casos ao Ministério Público e, finalmente, à Justiça. Em resumo, uma força detém os registros, os dados específicos e a documentação sobre a criminalidade; e é outra corporação a encarregada de prevenir o crime, atuar nos locais e momentos em que determinado delito pode ocorrer. Na prática, essa fissura no processo também cria disputa de poder, com os comandos das duas instituições disputando controle, por exemplo, sobre as interceptações telefônicas e sobre posições no Executivo – mais especificamente nas secretarias de Segurança e nos ministérios ligados a essa área.

A fissura nesse procedimento alimenta uma corrente que defende a desmilitarização da polícia. Coordenador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (Crisp/UFMG), o sociólogo Claudio Beato rejeita medidas abruptas e radicais sobre as PMs. “A desmilitarização saiu das ruas muito desfocada. De fato, temos problemas com o sistema no qual duas polícias trabalham sobre a mesma coisa. A estrutura dupla não funciona. É preciso criar uma polícia que funcione paralelamente às atuais, até uma substituição completa. Seria algo como uma polícia metropolitana”, defende Beato.

A desmilitarização, isoladamente, não é solução, indicam especialistas ouvidos pelo site de VEJA. Afinal, as instituições civis também são corroídas por corrupção, corporativismo e pressões políticas e ideológicas. “A Polícia Civil é cartorial, burocrática, não investiga. O delegado de polícia – um bacharel em Direito – é muito descolado do processo de investigação. Lida com tiras que cumprem processos viciados de uma rotina não necessariamente compatível com que diz essa chefia”, exemplifica Azevedo.

Truculência 

De forma geral, as polícias recebem mais críticas por excessos do que por suas omissões. De acordo com Luciane Patrício, superintendente de educação da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o currículo de formação dos praças da PM foi reformulado em 2012, com mais foco em disciplinas técnicas e conteúdo humanístico. Mas ela reconhece que as boas práticas ensinadas na academia ainda precisam ser respaldadas por uma mudança na "estrutura institucional". "Toda a estrutura institucional precisa caminhar nessa mesma direção. Essa lógica de formação militar está em disputa com uma lógica que defende um policial que preste serviço para a comunidade. Ainda predomina uma doutrina militar, de que existe um inimigo público a ser perseguido. Acredito, porém, numa superação da lógica cidadã, de que a polícia é prestadora de serviço e não para fazer guerra", diz Luciane.

As UPPs ainda são, com todos os defeitos, o programa que mais apresentou resultados no Rio de Janeiro – um local onde o crescimento do tráfico de drogas e das quadrilhas parecia algo impossível de combater. Mas, como alertam os especialistas em segurança, como projeto pontual, as unidades da polícia instaladas em favelas têm limitações. O pedido de ajuda ao governo federal e às Forças Armadas, que possibilitam agora a ocupação do Complexo da Maré, comprova a tese. As UPPs são vitais para que o Estado do Rio não regrida, mas sozinhas não dão conta do problema. Desde a ocupação do Morro Dona Marta, em Botafogo, em 2008, até o estágio atual, o programa se expandiu e abarcou ao todo 37 favelas. Em algumas delas, no entanto, o objetivo de “pacificar” ainda é algo distante, e os PMs tornaram-se alvos de bandidos ou, como a “velha polícia”, carecem de credibilidade. Com informações da revista Veja.

Médicos E Governo Divergem Sobre Capacidade De Atendimento Na Copa

Em Salvador, governo e médicos se dividem em relação à capacidade de atendimento diante da expectativa da chegada de milhares de turistas atraídos pelos três clássicos europeus que serão disputados na Arena Fonte Nova na Copa; o governo garante que a estrutura montada é suficiente para atender a demanda, mas representantes do Sindicato dos Médicos da Bahia discordam; "Tanto o serviço municipal quanto estadual na Bahia estão passando por grandes dificuldades", diz Francisco Magalhães (foto), presidente do Sindimed

Em Salvador, semanas antes do início da Copa do Mundo, governo e profissionais de saúde se dividem em relação à capacidade de atendimento diante da expectativa da chegada de milhares de turistas atraídos pelos três clássicos europeus que serão disputados na Arena Fonte Nova. O resultado só poderá ser medido no final da Copa do Mundo. O governo garante que a estrutura montada é suficiente para atender a demanda. Já representantes do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA) discordam.

"Tanto o serviço municipal quanto estadual na Bahia estão passando por grandes dificuldades", disse Francisco Magalhães (foto), presidente do Sindimed, ao mencionar a falta de estrutura e profissionais nas unidades. "As instalações estão precárias e, em termos de pessoal, há restrição de contratações e isso começa a se constituir em precarização. Os [profissionais] que têm, acabam trabalhando mais, com sobrecarga".

No início de maio, médicos da rede municipal de Salvador decidiram aderir à greve, deflagrada por outros servidores da capital baiana e que terminou na semana passada.

A Arena Fonte Nova será palco da disputa entre Espanha e Holanda, no dia 13 de junho; Alemanha e Portugal, no dia 16 e Suíça e França, no dia 20. Nesses dias, três postos de atendimento funcionarão no perímetro do estádio, com médicos e enfermeiros, abrindo três horas antes da partida e fechando uma hora depois. O mesmo esquema será repetido no dia 25, durante a partida entre Irã e Bósnia-Herzegovina, e nos dias 1º de julho, em uma partida das oitavas de final, e 5 de julho, durante um dos jogos das quartas de final.

Luciana Peixoto, diretora de Atenção e Saúde da Secretaria Municipal de Saúde e responsável pela área durante o Mundial, explicou que os profissionais lotados nas unidades de atendimento avançado estão preparados para atender desde casos mais simples de ortopedia até fazer pequenas cirurgias. Números do governo apontam que, no perímetro da arena, vão atuar mais de 160 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, condutor do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) e agentes da vigilância sanitária.

"As equipes das unidades de emergência próxima à arena também terão mais profissionais de enfermagem do que o normal. Se tem oito terão, pelo menos, dez enfermeiros", acrescentou.

O governo aposta no esquema e diz que as experiências vividas nos eventos-testes, como o carnaval fora de época e a Copa das Confederações, provaram que a estrutura montada é suficiente para atender ao evento. "A rede já tem expertise de fazer o carnaval. O posto é similar, tem a mesma estrutura e profissionais capacitados que já sabem como encaminhar. A experiência na Copa das Confederações mostra que transferimos menos de 10% das pessoas atendidas nos postos", informou a diretora.

Luciana Peixoto garantiu que os atendimentos aos moradores da cidade não serão prejudicados com a chegada de um número maior de turistas. "Na rede de urgência e emergência, aumentamos mais uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e em junho teremos mais uma para atendimento imediato e estamos reforçando as unidades existentes".

Durante o Mundial, além das dez UPAs que estarão em funcionamento em Salvador, quatro hospitais estaduais na capital, além da unidade de ortopedia, foram acionados para funcionarem como unidades de retaguarda caso seja necessário transferir pacientes. Não existem hospitais municipais em Salvador.
De acordo com informações do plano integrado de saúde para a Copa, formulado por órgãos do estado e do município, a rede estadual tem 217 leitos clínicos e 78 de UTI. Durante o período dos jogos, haverá cerca de 50 ambulâncias do Samu.

Grávidas denunciam médico cubano por abuso sexual

Polícia Civil de Goiás investiga denúncia de três mulheres contra integrante do programa do governo federal Mais Médicos que atua desde o começo do ano na cidade de Luziânia (GO), região do Entorno de Brasília; elas alegam que clínico geral cometeu atos libidinosos durante consultas; Secretaria Municipal de Saúde afastou profissional e informou caso ao ministério; médico será ouvido nesta terça-feira (20) pela delegada que investiga o caso

Goiás - Três grávidas acusam um médico cubano, integrante do Programa Mais Médicos do governo federal, de praticar abuso sexual contra elas durante atendimento num posto de saúde na cidade de Luziânia (GO), na região do Entorno do Distrito Federal.
Uma delas disse à Polícia Civil que ele pediu para ela se deitar numa maca e, durante a consulta de rotina para verificar a situação de uma infecção urinária, o profissional tocou suas parte íntimas com intenção de praticar ato libidinoso.
O profissional atuava no posto desde o começo deste ano. As mulheres que o acusam já passaram por exame de corpo de delito. “A forma como ele agia é a mesma. Eram gestantes e aí, na consulta de rotina, para verificar a situação gestacional, ele praticava o ato libidinoso com as vítimas”, afirmou a delegada Dilamar de Castro, que deve ouvir o acusado nesta terça-feira (20).
A Secretaria de Saúde de Luziânia informou que já afastou o médico do trabalho. O órgão disse ainda que já repassou as denúncias para o Ministério da Saúde, responsável pelo Mais Médicos e por contratar o profissional.
Fonte: site 247

19 maio 2014

Policiais de treze Estados decidem parar na quarta-feira. SP e RJ estão entre os que confirmaram adesão à paralisação

A paralisação nacional de policiais, convocada para a próxima quarta-feira, já tem a adesão de metade dos Estados brasileiros. Até o início da tarde desta segunda, agentes de treze unidades da federação aceitaram a convocação feita pela Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol). São eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Amazonas, Pará, Alagoas, Paraíba, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rondônia e Bahia. “Distrito Federal e os demais Estados devem responder até terça-feira se vão também cruzar os braços. Não recebemos nenhuma resposta negativa ainda”, disse ao site de VEJA o presidente da Cobrapol, Jânio Bosco Gandra.
O movimento envolve policiais civis, federais e rodoviários – os militares são proibidos, pelos códigos militares, de fazer greve, apesar de haver algumas mobilizações isoladas. Gandra afirma que em alguns Estados podem ser mantidos de 30% a 70% dos agentes trabalhando. “Vai depender do nível de violência e da demanda de cada lugar”, explica. A medida, de acordo com ele, é para evitar que se repita em escala nacional o caos das ruas de Recife na semana passada, em razão da paralisação da Polícia Militar. “Já fizemos um pedido especial para que os movimentos pernambucano e baiano não envolvam a PM. Não podemos causar o resultado inverso, queremos que realmente melhore a segurança pública no país”, reforçou o presidente da Cobrapol.
O objeto da paralisação é pressionar o governo federal a criar uma política de segurança pública que se preocupe também em melhorar as condições de trabalho da força policial. “Não existe uma gestão nacional nem investimento adequado. Nesse jogo de empurra, a população fica com a sensação de impunidade. Em alguns Estados, o índice de crimes solucionados não passa de 8%, é baixíssimo”, diz Gandra, acrescentando que não houve sequer treinamento adequado de policiais para a Copa do Mundo. “Esperamos que o governo reagisse, mas ele decidiu treinar só 300 agentes da Força Nacional. Esse número é insuficiente para dar conta de todas as sedes. A gente teme por isso. Pode ser um fiasco”.
Mobilizações - Em Brasília, os agentes farão uma passeata que pode terminar no Ministério da Justiça ou na Praça dos Três Poderes. No Rio, o grupo se encontra às 14h na Cidade da Polícia, Zona Norte da capital, e caminha até o bairro da Tijuca. “Às 19h, faremos uma assembleia para definir os rumos da categoria”, acrescenta Francisco Chao, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol).
A categoria paulista programa uma passeata para o sábado. O acordo oferecido pelo governo federal não foi aceito. “Nós pleiteamos uma restruturação de carreira que possa entrar em vigor em 2016, mas o governo nos oferece apenas ajuste salarial e não garante anistia aos grevistas. Por isso, a greve não está descartada”, afirmou Alexandre Sally, presidente do sindicato de policiais federais do Estado de São Paulo.

Projeto de lei proíbe greves de militares


Parado na Comissão de Direitos Humanos do Senado, um projeto de lei apresentado em 2011 pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) regulamenta as greves no serviço público no Brasil – para o setor privado, a regulamentação é de 1989. O texto estabelece condições para negociação, cria exigências de prazo para que os sindicatos informem a população e os governos com trinta dias de antecedência sobre as reivindicações e delimita efetivos mínimos para serviços públicos essenciais. O projeto propõe a proibição total de greves nas Forças Armadas, polícias e bombeiros militares. “No ano passado foram votados projetos que anistiaram grevistas de treze greves de policiais militares. Há um grande contrassenso nisso, pois quando há uma greve com danos para a população, mesmo com medidas decididas pelas corporações, a anistia torna a punição algo inócuo”, critica o tucano.
A regulamentação, explica o senador, incorpora os princípios da convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estabelece a proteção do direito de organização do trabalhador e define as condições para o serviço público para os países signatários. Em linhas gerais, o projeto determina que sindicatos tenham normas claras de convocação de assembleias e as formas como serão decididas paralisações coletivas. Estabelece também a obrigatoriedade de formação de uma mesa de negociação coletiva – ou seja, a negociação não fica à mercê da vontade política dos governantes. As greves no serviço público passam a ser – como manda o bom senso – o último recurso, uma medida extrema para quando não foi possível alcançar a solução do impasse.
Serviços essenciais, de acordo com o PL 710/2011, devem manter 60% de seus servidores em atividade; para a segurança pública – incluídos policiais civis e guardas municipais – precisam atuar com 80% de seu efetivo. E, no caso de quadros do Exército, Marinha, Aeronáutica, PM e bombeiros, toda paralisação seria ilegal.
“Greves no serviço público são sempre penosas. É preciso salvaguardar a população, para que saiba com antecedência quando haverá uma paralisação, e proteger os servidores, para que não fiquem vulneráveis a desmandos”, diz Ferreira. O projeto também limita a 30% os cortes de vencimentos em caso de suspensão dos pagamentos dos grevistas, e proíbe exonerações, transferências ou medidas punitivas para grevistas durante a paralisação
Fonte: site policialbr

16 abril 2014

PM Baiana Entra Em Greve Por Tempo Indeterminado

Uma das rodadas de negociação que durou nove meses
 Após nove meses de negociações entre integrantes do governo baiano e representantes de todas as associações da classe policial militar (ASPRA, APPM, FORÇA INVICTA, OBSCI, ABSSO, DOIS DE JULHO), quando foram discutidas melhorias para a categoria, não houve acordo entre o GT (grupo de trabalho) dos policiais e o Governo, sendo decretada na data de ontem (15) a grve da Polícia Militar da Bahia.


A Assembléia que teve início às 15 horas desta terça-feira, foi encerrada por volta das 19 horas quando após esperarem por uma proposta do governador Jacques Wagner, que não aconteceu, os presentes decidiram pela paralisação das atividades policiais. Dentre os principais pontos exigidos pela categoria, estão o cumprimento de direitos adquiridos desde 1997 e ignorados pelo Governo do Estado, pagamento da URV (já determinado pela STF e ignorado pelo governo baiano), Plano de Carreira (hoje um soldado da PM leva até 25 anos para receber uma promoção que deveria vir com, no máximo, 07 anos), além do pagamento na modalidade de subsídio em vez de gratificações (GAP), como acontece  hoje.



Na tentativa de burlar o movimento, o governo ainda apresentou  uma "proposta indecente" para ser analisada pela categoria onde continha muitos abusos à Constituição Federal e retrocessos, principalmente no Código de Ética, um substitutivo do Regulamento Disciplinar, só pra ter como exemplo: ...trotar ou galopar com o cavalo (passível de punição disciplinar); receber multa de trânsito (infração disciplinar); entrar no quartel com jornal ou revista que contenha fato contra a disciplina.( infração disciplinar) ; participar de entidades de classe, associação ou sindicato. (infração disciplinar), dentre outros impropérios dignos da idade média. E pra fechar o rol de absurdos, ainda propôs a substituição da pena de detenção por uma de suspensão de 90 dias (sem salário), que na prática torna-se em 120 dias sem vencimentos.


A  Assembleia, a princípio, estava marcada para o dia 21 de março, mas foi adiada a pedido do governador, para analisar melhor as propostas (mesmo já tendo sido discutidas por NOVE MESES). O governo, na verdade, foi inábil ou no mínimo negligente na condução da negociação, quando por falta de sensibilidade    permitiu que a greve fosse decretada, omitindo da população a gravidade do que estava por acontecer expondo-a aos riscos que virão.

As Associações dos policiais negociaram o quanto puderam, mas chega o ponto que decisões, muitas vezes antipáticas precisam ser tomadas, afinal são 17 anos de espera por melhorias acordadas pelo próprio Governo e não cumpridas.

Durante a Assembléia, houve, inclusive, suspensão do fornecimento de energia elétrica por alguns minutos, o que deixou no ar uma suspeita de boicote, o que só serviu para acirrar os ânimos e reforçar o sentimento dos presentes que decretaram greve por tempo indeterminado na Polícia Militar da Bahia.

Policiais chegando para a assembléia

Assembléia da PM - cerca de 10 mil policiais presentes

01 abril 2014

Viatura Da PM Se Envolve Em Acidente Na BR


Uma viatura da 10ª CIPM em Candeias, município que fica a 46 km da capital do estado da Bahia, se envolveu num acidente, na noite desta terça-feira (01). Informações preliminares, dão conta de que o veículo se deslocava na rodovia BR 110, quando num trecho que liga aquela cidade ao município de São Sebastião do Passé, foi surpreendido por um outro veículo que trafegava em sentido contrário. Os dois veículos acabaram colidindo frontalmente. Os policiais militares que estavam na viatura sofreram escoriações e foram encaminhados ao hospital de São Sebastião do Passé, para observação. 

Dos ocupantes do segundo veículo, temos informação que o motorista foi socorrido e levado para o hospital, mas devido a gravidade dos ferimentos, não resistiu e veio a óbito. Um homem que viajava no banco do carona, até o fechamento desta postagem, ainda se encontrava preso às ferragens, mas com vida. Não foram informadas as identidades das pessoas envolvidas na ocorrência. As causas do acidente, serão investigadas.

Veja também: PM entra em greve no Maranhão

Quadrilha É Desarticulada Em Porto Seguro


Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar, desarticulou, nesta terça-feira (01), uma quadrilha que tinha como especialidade, roubos e furtos a pessoas e residências no distrito de Arraial D'Ajuda em Porto Seguro. A operação foi realizada no período da tarde e prendeu em flagrante os indivíduos Ezequiel Souza de Oliveira, cuja responsabilidade dentro do grupo era atuar na linha e frente, efetuando os delitos, também sua companheira Rogéria Firmina dos Santos, que atuava vendendo os produtos dos roubos e Juan Daniel Barros, vulgo "Argentino", que fazia a guarda dos produtos até serem vendidos. A Policia Civil pede a quem foi vítima desses indivíduos, que procurem a delegacia de Arraial D'Ajuda para registrarem ocorrência. O telefone da delegacia é (73) 3575 3506.

Veja mais:

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