25 julho 2023

A Importância das Delegacias da Mulher com Atendimento 24h: Um Retrato da Situação no Brasil


Na Bahia, uma constatação surpreendente vem à tona: é o único estado do Nordeste onde as delegacias da mulher não operam 24 horas por dia. Esta realidade contrasta especialmente com a situação no estado de Pernambuco, onde 15 delegacias estão voltadas para o atendimento da mulher, sendo que seis delas mantêm suas operações ininterruptas.

A nível nacional, este cenário é mais preocupante. Das 505 delegacias especializadas no atendimento à mulher espalhadas pelo país, somente 57 (um número que corresponde a 11,3%) estão abertas e prontas para atendimento 24 horas por dia. Esses dados foram obtidos através do portal de notícias G1, que consultou as informações junto aos governos estaduais.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que cerca de 51,8% da população brasileira seja feminina, o que reforça a importância do funcionamento ininterrupto das delegacias da mulher. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apenas em 2020, foram registrados mais de 105 mil casos de violência doméstica, evidenciando a demanda urgente por esses serviços.

Os estados agora se veem sob pressão para adaptar cerca de 440 unidades ao novo modelo de funcionamento ininterrupto, uma mudança impulsionada por uma nova lei recentemente sancionada pelo presidente Lula. Esta lei, que determina o funcionamento contínuo das delegacias da mulher, foi proposta inicialmente em 2020 pelo senador Rodrigo Cunha (União-AL), e recebeu aprovação do Senado no início de março.

Esta nova legislação prevê um atendimento ininterrupto às mulheres nas delegacias especializadas, todos os dias da semana, incluindo feriados. Além disso, estipula que o atendimento deve ser realizado em uma sala reservada e, preferencialmente, por uma policial do sexo feminino, o que contribui para um ambiente de maior acolhimento e segurança para as vítimas.

Esta situação tem gerado ampla discussão, sobretudo por entidades de defesa dos direitos das mulheres e por organizações que lutam pelo fim da violência de gênero. É consenso que um atendimento ininterrupto e sensível às particularidades do público feminino é fundamental para que haja avanços reais no combate à violência contra a mulher. É uma maneira de garantir que vítimas de abusos ou de qualquer outro tipo de violência possam buscar ajuda em qualquer momento, sem se sentirem limitadas pelo horário de funcionamento destes órgãos.

Além disso, o próprio ambiente das delegacias precisa ser preparado para acolher mulheres em situações de extrema vulnerabilidade. A presença de profissionais femininas, especialmente treinadas para lidar com estes casos, pode fazer uma diferença significativa. Esta abordagem mais humanizada e o atendimento contínuo facilitam o processo de denúncia, pois muitas vezes a vítima se sente mais confortável ao relatar o ocorrido para outra mulher. Assim, a probabilidade da denúncia ser efetuada aumenta, o que contribui para o mapeamento mais eficaz da violência de gênero no país.

É fundamental que se diga, entretanto, que a disponibilização de um atendimento 24 horas nas delegacias da mulher é apenas uma das muitas medidas necessárias para combater a violência de gênero. Para que haja uma mudança real, é preciso investir em políticas de prevenção, educação e conscientização da sociedade como um todo. Além disso, a legislação precisa ser rigorosamente aplicada, com a garantia de que os agressores serão punidos de acordo com a lei. Só assim, com um trabalho conjunto e multissetorial, poderemos vislumbrar uma sociedade livre de violência contra a mulher.

ALERTA! Bolsa Família em Risco para 2,5 Milhões de Famílias nos Próximos Meses!

No começo deste ano, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), responsável pela administração do renovado Programa Bolsa Família, deu início a uma vasta atualização cadastral que abrange milhões de beneficiários. O principal intuito deste movimento é tornar o programa mais eficaz ao excluir famílias que não atendem às diretrizes do programa, inserindo, em seu lugar, novas famílias verdadeiramente necessitadas.

Na ocasião, Wellington Dias, o Ministro da pasta, informou que, de um total de 10 milhões de famílias que despertavam suspeitas de irregularidades nos cadastros, ao menos 2,5 milhões provavelmente seriam de fato removidas até o fim do ano. “Estamos avaliando cerca de 10 milhões de beneficiários. Supomos que aproximadamente 2,5 milhões desses beneficiários possuem fortes indícios de irregularidades”, declarou o Ministro à imprensa no começo de fevereiro.

No decorrer daquele mês, com a revisão em curso, o Ministro confirmou que essas 2,5 milhões de famílias provavelmente teriam o benefício cancelado até o fim do ano. Ele pontuou, "Esperamos cancelar cerca de 2,5 milhões de benefícios após a triagem. Nosso objetivo não é meramente excluir, mas substituir aqueles que não necessitam pelo grupo que realmente precisa do benefício”.

Ele acrescentou que, dentre o universo de 10 milhões de famílias sob investigação, 5 milhões apresentavam fortes indícios de irregularidades, e 1,5 milhão destas teriam o benefício cancelado no mês seguinte, uma vez que as irregularidades já tinham sido confirmadas.

A revisão cadastral é um processo crucial para o programa Bolsa Família. Esse procedimento, que teve início em fevereiro, visa restabelecer as inspeções mensais no Cadastro Único (CadÚnico). Este é o banco de dados oficial que armazena informações sobre famílias em situação de vulnerabilidade social, garantindo que os recursos do programa cheguem apenas a quem realmente necessita.

Os dados do próprio Ministério da Cidadania mostram que houve um aumento significativo de beneficiários entre julho e outubro de 2022, período que antecedeu as eleições. O número saltou de 18,13 milhões para 21,13 milhões, aumentando em 3 milhões de beneficiários. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que esse crescimento poderia ter levado a pagamentos irregulares de mais de R$ 2 bilhões por mês.

Defendendo a necessidade dos cancelamentos, o Ministro Dias destacou que o ex-governo, sob a liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro, poderia ter supostamente “desmantelado o cérebro do Cadastro Único” com objetivos eleitorais. Ele acrescentou que a revisão cadastral, que deve prosseguir até o fim de 2023, corrigirá esta situação.

“Infelizmente, encontramos pessoas com renda elevada, de até nove salários mínimos, recebendo Bolsa Família, enquanto famílias sem renda, que passam fome, não conseguem acessar o programa. Esta revisão não é somente uma atualização de cadastro, é um movimento de justiça social”, finalizou o ministro.

23 julho 2023

A Crescente Onda de Violência na Bahia: Estado tem 11 das 20 cidades mais violentas do país


A violência urbana é um desafio que assola inúmeras regiões do Brasil, mas um estado parece estar no epicentro dessa triste realidade: a Bahia. De acordo com recentes dados divulgados pelo Fórum Nacional de Segurança Pública, 11 das 20 cidades mais violentas do país estão localizadas neste estado nordestino. Esse quadro lamentável suscita uma questão inevitável: onde está o equívoco nas políticas públicas implementadas pelo governo baiano?

É fundamental entender que a questão da segurança pública transcende a atuação da polícia. Essa responsabilidade é multidimensional e envolve áreas como educação, saúde, cidadania, justiça, sistema penitenciário, prevenção ao uso de drogas, geração de emprego e renda, e a promoção de qualidade de vida. A falha em qualquer um desses setores pode contribuir para o agravamento dos índices de violência. Infelizmente, parece que nenhum desses setores tem desempenhado seu papel adequadamente na Bahia.

Essa intersecção de falhas na administração pública pode ser a causa por trás dessa estatística sombria que tem assombrado o estado. Embora o governo estadual possa questionar a metodologia do estudo, os números são inegáveis: a Bahia está enfrentando uma crise séria na questão da violência.

O propósito deste artigo não é apontar dedos para partidos políticos, mas sim, sublinhar a responsabilidade do Estado no seu sentido mais amplo, conforme estabelecido pela Constituição Federal. A segurança pública é dever do Poder Público, incluindo a União, os estados e os municípios. A ênfase, no entanto, recai sobre o governo do Estado da Bahia e os prefeitos de suas cidades, dado o quadro atual.

Não podemos negligenciar o papel dos Poderes Legislativo e Judiciário. É crucial que sejam responsáveis e não incentivem a impunidade através de leis e decisões indulgentes que acabam por beneficiar criminosos e contribuir para a superlotação das ruas com pessoas que representam uma ameaça à segurança da população.

A lista das cidades com as maiores taxas de homicídio doloso no Brasil é dominada pela Bahia, que abriga onze das vinte cidades listadas, incluindo Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho, Camaçari, Feira de Santana, Juazeiro, Teixeira de Freitas, Salvador, Ilhéus, Luís Eduardo Magalhães e Eunápolis.

A conclusão é clara: a Bahia precisa urgentemente de uma reavaliação profunda e abrangente de suas políticas públicas relacionadas à segurança. Todos os setores do governo devem colaborar nesse esforço para garantir que o estado recupere a paz e a segurança para seus cidadãos.

Postagem em destaque

Corpo de Ana Lúcia é encontrado em matagal no sul da Bahia; ex-namorado confessa o crime

Imagem de Ana Lúcia Carvalho Silva, vítima do crime em Camacã, Bahia O corpo de Ana Lúcia Carvalho Silva, de 20 anos, foi...