12 janeiro 2021

Miliciano carioca suspeito de participar da morte do contraventor Fernando Iggnácio é preso em Canavieiras


O suspeito tinha mandado de prisão em aberto e estava hospedado em pousada no litoral sul da Bahia


Um miliciano suspeito de envolvimento na morte do contraventor Fernando Iggnácio de Miranda, no Rio de Janeiro, em 10 de novembro de 2020, foi preso na tarde desta terça-feira (12), em uma pousada, na cidade de Canavieiras, no sul da Bahia, onde estava escondido.

A Polícia Civil da região, que participou da ação, informou que o preso foi identificado como Rodrigo Silva das Neves, de 30 anos. Rodrigo estava foragido da Justiça. Ele é PM e de acordo com a polícia, faz parte de uma milícia que atua no Rio de Janeiro.

No dia 18 de dezembro de 2020, a Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou que tinha identificado quatro suspeitos de envolvimento na morte do contraventor e que um deles era Rodrigo.

Outro homem encontrado com o miliciano também foi detido. A dupla foi encaminhada para a sede da 7ª Coorpin, na cidade de Ilhéus, onde foi realizada a identificação do miliciano e o mandado de prisão cumprido. Após exames, no Departamento de Polícia Técnica (DPT), o miliciano ficará à disposição da polícia carioca.

O diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin), delegado Flávio Góis informou que as equipes de polícia de Ilhéus e Itabuna, ambas cidades no sul da Bahia, com apoio da PM, vão apurar se o miliciano só se escondia na Bahia ou se praticava algum tipo de crime no estado.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-BA), a prisão ocorreu em ação conjunta das polícias Civil e Militar da Bahia e do Rio de Janeiro. Através de ações de inteligência e de uma ligação anônima para o Centro Integrado de Comunicações (Cicom), equipes da 6ª (Itabuna) e 7ª (Ilhéus) Coordenadorias Regionais de Polícia do Interior (Coorpins) e da 71ª CIPM.

Crime


O contraventor Fernando Iggnácio de Miranda voltava de uma viagem à Angra dos Reis, na Costa Verde, de helicóptero, e, ao desembarcar, foi atingido por vários tiros na cabeça quando caminhava em direção ao carro, ao lado da empresa Heli-Rio.

A mulher de Fernando Iggnácio estava no helicóptero com o marido, mas conseguiu escapar dos disparos. Carmem Lúcia de Andrade Iggnácio chegou a desembarcar da aeronave com o marido mas, quando ouviu os tiros, voltou correndo para o helicóptero, que decolou de novo e pousou em um condomínio no Recreio.

Disputa sangrenta


Fernando Iggnácio disputava desde 1997 pontos de jogos de bicho e de máquinas caça-níqueis na Zona Oeste do Rio com Rogério Andrade, sobrinho de Castor.

A disputa entre os dois começou após o assassinato de Paulo Andrade, o Paulinho, em 1998, filho de Castor e escolhido como herdeiro.

Meses depois, a polícia identificou como autor dos disparos o ex-PM Jadir Simeone Duarte. Em depoimento, Duarte acusou Rogério de ser o mandante do crime.

Com a morte de Paulo, seu cunhado, Fernando Iggnácio, assumiu seu lugar na disputa. De acordo com investigações da polícia, desde a metade da década de 1990, Fernando Iggnácio controlaria a Adult Fifty, empresa que explorava caça-níqueis em toda a Zona Oeste. Em 1998, Rogério de Andrade teria fundado a Oeste Rio.

Investigações da Polícia Federal mostram que a disputa entre os dois, entre 1999 e 2007, resultou em 50 mortes.

No mesmo ano, a polícia deu início a uma operação para apreender caça-níqueis no estado. Os inimigos entraram em guerra e passaram a atacar as máquinas uns dos outros. Dos ataques passaram a assassinatos.

O próprio Rogério foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2001.

Em abril de 2010, outro golpe. O filho de Rogério de Andrade, um jovem de 17 anos, morreu num atentado na Barra. Em vez do pai, era o rapaz que dirigia o carro quando uma bomba explodiu.

Em 2007, Rogério Andrade foi preso pela Polícia Federal. Meses depois, Fernando Iggnácio foi pego pela Polícia Civil.

Naquele mesmo ano, Rogério Andrade e Fernando Iggnácio foram alvos da Operação Gladiador, da Polícia Federal, que investigou o esquema da dupla e a corrupção de policiais no RJ.

Este ano, investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ e da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça indicaram que integrantes do Escritório do Crime queriam comprar uma metralhadora ponto 50 para matar Fernando Iggnácio. Com informações do G1.

Morre o jornalista canavieirense Tyrone Perrucho, um dos fundadores do jornal TABU


O jornalista canavieirense Tyrone Perrucho, faleceu hoje (12) por volta das 08:30 da manhã, vítima da Covid-19. Tyrone foi um  dos fundadores do jornal TABU, que informou e trouxe entretenimento para os moradores da cidade de Canavieiras e região sul da Bahia, por 50 anos,  se encontrava internado desde o dia 16 de dezembro, no Hospital São José, em Ilhéus para tratamento. Ficou entubado por 15 dias, na UTI.

Segundo informações do site Versão, o jornalista já havia recentemente por uma cirurgia e tratamento de câncer, do qual já se encontrava restabelecido.

Homenagem

"Véspera de Natal – pelos meus cálculos, o menino Jesus nasceu à meia-noite – e nesta quinta-feira (24) teríamos uma série de atividades a cumprir antes das obrigações com os familiares, em casa. Mas nada deu certo. Nem mesmo nos preocupamos de marcar o encontro num dos muitos bares de Canavieiras que abrigam, semanalmente, a costumeira reunião do Clube dos Rolas Cansadas e da Confraria d’O Berimbau.

É que ainda nos sentimos desorientados, desde o dia 16 de dezembro, com o sumiço do nosso coordenador mor, o jornalista aposentado Tyrone Perrucho, que se encontra lá pras bandas de Ilhéus numa missão deveras importante e ainda sem data aprazada para o retorno nesta foz do rio Pardo. De uma hora pra outra ele resolveu cumprir uma missão importante, desmoralizar – de vez – este tal de Coronavírus, mais conhecido como Covid-19.

Enquanto trava por lá sua guerra particular, aqui andamos torcendo para que ele vença logo mais uma batalha e dê por encerrada essa contenda, digna de um Hércules ou outros mitos que o valham. Destemido, aproveitou os momentos possíveis e imaginários no planejamento da contenda, assim como fez recentemente a pelejar com outro desses males que campeiam o mundo, o câncer: e venceu.

Dono de um currículo invejável, desde menino Tyrone Perrucho se revelou um ser diferente, tipo aquele “Capeta em forma de guri” descrito na música do mesmo nome, cantada pela banda Os Incríveis. Em certos momentos fico em dúvida se a letra da música foi feita exatamente para ele ou se o dito cujo se apoderou dos termos descritos para fazer uma espécie de breviário, uma bíblia…sei lá.

Peraltices tantas que se destacou no colégio e nas aulas de saxofone, tornando-se um dos músicos da briosa Philarmonica Lyra do Commercio, abandonando o quadro musical da vetusta em troca de incursões nas casas mal afamadas da rua da Jaqueira. Perdemos um saxofonista, embora ainda poderemos recuperar o instrumento no qual está cravado o seu nome, na cidade de Feira de Santana, inativo como o ex-dono.

Embora tivéssemos perdido um músico, ganhamos um jornalista, fundador – com amigos – da revistinha Tabu, posteriormente transformada o jornal. E o nome Tabu foi dado para quebrar o tabu das publicações – todas de vida efêmera –, vivendo altaneira até os 50 anos e morta de morte matada, pois o jornalista aposentado da Ceplac desejava ardentemente se tornar um vagabundo, na essência da boa palavra. Parar de vez.

Se irreverente na escrita, gozando das benesses da aposentadoria sua verve precisava de mais agitação. Não satisfeito de ser um dos fundadores da Confraria d’O Berimbau e do Troféu Galeota de Ouro, fez valer sua inatividade ao criar o Clube do Rola Cansada, com a finalidade de aumentar e justificar as farras das quintas-feiras com os colegas que nada têm o que fazer.

Astucioso como só ele, marcou pelo Tabu a data e horário conclamando os “velhinhos” para a assembleia de fundação do Clube dos Rolas Cansadas, a ser realizada pela manhã, no bar Sombra da Tarde. Pelos meus afazeres profissionais não pude estar presente, embora soubesse posteriormente pelas páginas de o Tabu que teria manifestado meu voto pela internet, através de um orelhão da OI, há muito desativado.

Como acreditava ser Canavieiras uma cidade de vida bucólica, chegando às vias de pachorrenta, passou a realizar encontro etílicos sociais nos bares do centro e da periferia, em locais desconhecidos pelos turistas. Aliás, ocupar seu tempo diariamente em mesa de bar foi uma determinação que tomou assim que foi agraciado com a merecida aposentadoria, após 30 anos de batente na Ceplac.

E cumpriu à risca. Nem mesmo quando um câncer resolveu tentar derrubá-lo cedeu um só milímetro de sua determinação, suspendendo o consumo de cerveja por apenas 20 dias no pós-operatório. Para evitar mais delongas, refutou o tratamento com quimioterapia ou radioterapia, preferindo as rodas de bar com os amigos, o que lhe deixava mais satisfeito e feliz da vida.

Nesses tempos de pandemia – quando parou mais em casa – resolveu escrever um livro sobre fatos históricos e pitorescos importantes que noticiou nos 50 anos de existência de o Tabu. Antes mesmo que o livro chegasse aos finalmente, foi acamado com uma gripe, combatida com medicamentos populares encontrados em farmácias, chás e outras beberagens da cultura canavieirense.

Ao lembrar de uma crônica que escrevera em o Tabu, noticiando a própria morte, narrada com todos os pormenores e que promoveu uma comoção entre amigos e conhecidos, que, sabedores de suas “safadezas”, resolveram acreditar, resolveu ir em busca de conselhos médicos. Cientes da gravidade da infecção e da idade do ancião, nem mesmo o deixaram sair do hospital.

Nos dois primeiros dias de internamento, por meio do whatsapp, caçoava do tratamento por só ter tomado uma injeção, até ser recolhido a uma unidade de tratamento intensivo, conhecida popularmente como UTI. Nesse tempo em que passou sedado, não sei o que passou por sua cabeça, mas soubemos da corrente de oração encabeçada por sua mulher Yolanda com amigos tantos.

Próximo a completar 15 dias de entubado, os médicos tentaram acordá-lo, em vão, e resolveram tirar o tubo e realizar uma traqueostomia. Pouco lhe incomodou, pois continuou a dormir o sono dos anjos. Sinceramente, não quero nem saber o que ele pensou sobre o que seus amigos fizeram aqui na torcida por sua volta, uma grande corrente de orações, expressas num grupo de whatsapp, por se considerar ateu.

Infelizmente, nesta terça-feira (12), após quase um mês de internado, nosso amigo Tyrone Carlos de Carvalho Perrucho deixa órfãos todos os seus amigos. Desta vez, para sempre e sem direito a manchete de sua morte em o Tabu, feita por ele mesmo, como outrora. Sei que ele deixou todo o roteiro de seu sepultamento escrito – como um testamento –, mas na verdade impossível de ser cumprido pelo protocolo da Covid-19.

Choramos muito, mas devemos homenageá-lo com alegria, como costume na sua vida."  Por Walmir Rosário - *Radialista, jornalista e advogado

10 janeiro 2021

Grupo que participava de "festa de paredão" é abordado pela PM e som é apreendido em Canavieiras


O som foi apreendido pela polícia militar, após o registro de várias denúncias feitas por populares sobre uma possível "festa de paredão" que estaria acontecendo na Praia da Costa, na madrugada de sábado para domingo (10/01). Conforme nos relatou uma uma moradora, "essa situação com paredões de som é corriqueira aqui na praia, não só nos fins de semana, mas ultimamente quase todas as noites é a mesma coisa. De sábado para domingo piora ainda mais".

Para atender a ocorrência a polícia militar deslocou uma guarnição de serviço ao lugar citado para averiguar a situação e tomar as medidas necessárias à ocorrência. Segundo a PM, um grupo de jovens faziam uso do equipamento de som perturbando o sossego dos moradores locais e hospedes das pousadas das imediações da praia da costa. Os indivíduos presentes no local foram abordados e o equipamento de som foi encaminhado a Delegacia Territorial de Canavieiras para os procedimentos legais.

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