28 maio 2014

Mato toma conta de escola que deveria atender juventude de Canavieiras e Una

Descaso com dinheiro público (foto unanamidia)
O Governo da Bahia demonstra mais uma vez a sua despreocupação com a educação baiana. Uma escola que deveria atender cerca de 900 alunos, localizada no município de Una, mais precisamente no povoado de Oiteiro, distante 10 km da sede do município, encontra-se totalmente abandonada desde que foi concluída sua construção, há mais de 01 ano.
A obra foi resultado de uma parceria entre a prefeitura de Una e o Governo do Estado da Bahia no ano de 2010, porém, mesmo tendo sido entregue pela empreiteira desde abril de 2012, foi deixada abandonada. Moradores do povoado informaram que um antigo funcionário da empreiteira é quem "cuida" do local, o qual utiliza como moradia, razão pela qual a escola ainda não foi depredada por vândalos, mas a natureza é impiedosa e as instalações já se encontram tomadas pelo mato. Um claro sinal de desrespeito total ao dinheiro público.
foto: unanamidia
O que era pra ser uma escola profissionalizante para servir às comunidades de Una e Canavieiras, tornou-se mais um "elefante branco" nas mãos de políticos que não têm o mínimo respeito por aquilo que deveria ser um dos pilares da sociedade: a educação. A ideia inicial era que a Instituição de ensino oferecesse para os nossos jovens, cursos de eletricidade, informática, eletrotécnica e outros, porém sequer os mobiliários foram adquiridos.

O espaço físico da escola é composto por 06 (seis) salas de aula, 01 (um) laboratório de informática, cozinha ampla e refeitório, além das salas de direção e coordenação. Com informações do blog unanamidia.
foto: unamidia

27 maio 2014

Paulo Souto Venceria No Primeiro Turno

Paulo Souto venceria a eleição para governador da Bahia já no primeiro turno, se as eleições fosse hoje. Teria 42% dos votos, mais do que a soma das intenções dos outros quatro candidatos (23%). É o que revela a primeira pesquisa Ibope/Correio para outubro.

O pré-candidato da aliança de oposição ao governo Jaques Wagner (PT) está 31 pontos percentuais à frente da senadora Lídice da Mata (PSB) que tem 11% das intenções de votos apuradas na pesquisa estimulada. O pré-candidato da situação, Rui Costa, seria o terceiro, com 9%. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Os demais pré-candidatos são Rogério da Luz (PRTB), com 2%, e Marcos Mendes (PSOL), com 1% das intenções de votos.

Souto também lidera na pesquisa espontânea, com 13%. Ainda na espontânea, Wagner aparece mais bem cotado do que seu candidato, Rui Costa. Eles têm 6% e 3% respectivamente. Costa obteve o mesmo índice para governador que Geddel Vieira Lima, citado espontaneamente por 3%. Nesse levantamento, Lídice aparece apenas com 1%. O levantamento revela que 49% do universo pesquisado não sabe em quem votar ou não quis responder quando provocado a citar espontaneamente um nome. 

O democrata, hoje, teria mais votos no interior da Bahia do que na capital: 43% e 36% do eleitorado, respectivamente. O petista também (10% e 9%). Já a socialista teria um eleitorado proporcionalmente maior em Salvador, 14%, do que no interior, 10%.

Num eventual segundo turno, Paulo Souto venceria, hoje, tanto Lídice da Mata (46% x 18%) quanto Rui Costa (48% x 15%). A senadora socialista bateria o petista por 36% contra 16% se a disputa fosse entre eles. Neste caso, a soma dos que anulariam ou votariam em branco é de um terço do eleitorado: 33%.

A pesquisa Ibope/Correio foi realizada entre os dias 15 e 19 de maio de 2014 com 1.008 entrevistados. O nível de confiança utilizado é de 95% e o levantamento foi registrado no TRE sob o protocolo BA-00004/2014 e no TSE, BR-00130/2014 encomendada pela Empresa Baiana de Jornalismo, que edita o Correio.

Padrinhos

Rui Costa (PT) dobra (de 9% para 18%) suas intenções de voto quando o eleitor é informado que ele faz chapa com Otto Alencar e é apoiado pela presidente Dilma Rousseff e por Jaques Wagner.
No mesmo levantamento, Paulo Souto (DEM) seria eleito governador com 41% dos votos com o apoio do senador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito ACM Neto (DEM). Mas a senadora Lídice da Mata recua de 11% para 9% quando o entrevistado é informado do apoio do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) e da ex-ministra Marina Silva.


Para o Senado

Geddel Vieira Lima, do PMDB, está com 34% dos votos, seguido por Otto Alencar (PSD), com 14%, e de Eliana Calmon (PSB), com 5%.
Geddel e Otto são mais bem cotados no interior, onde o peemedebista teria 35% dos votos (32% na capital) e o candidato da situação, 15%. Em Salvador, Otto tem 10% das preferências. A socialista concentra mais intenções de voto na capital (6%) do que no interior (5%). O Ibope ouviu 1.008 entrevistados entre 15 e 19 de maio. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos. A amostragem foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral no último dia 22 sob o número BA-00004/2014.

21 maio 2014

O Brasil Precisa De Uma Nova Polícia

Criticadas por seu grau de violência e pela baixa eficácia, instituições formam policiais com vícios da ditadura militar. Governos insistem em soluções pontuais que sucumbem às antigas práticas de corrupção e corporativismo

Quem precisa de polícia? A pergunta carregada de indignação estava entre os muitos e difusos pleitos das manifestações de 2013. A resposta é óbvia, apesar de incômoda para as alas radicais que querem ‘mudar o país’, sem dizer exatamente para onde. A todos – exceto aos bandidos – interessa uma polícia presente, preparada, capaz de servir, intervir e mediar conflitos que a sociedade não conseguiu equacionar por diálogo e consenso. O uso da força, é claro, faz parte desse repertório de ações, mas como recurso extremo.

Não é este o retrato das forças policiais Brasil afora. Tampouco foram os manifestantes os primeiros a reivindicar mudanças nas instituições – particularmente as militares. O relatório de 2014 da organização Human Rights Watch, no capítulo dedicado ao Brasil, cita as 1.890 mortes atribuídas a policiais no ano de 2012 – dado fornecido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Diz o relatório: “Nem todas as mortes ocorridas em decorrência de ação policial resultam do uso legítimo de força”. Separados os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, houve naquele ano, respectivamente, 165 e 362 homicídios cometidos por agentes. O documento destaca como exemplo o caso do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde 14 de julho do ano passado na favela da Rocinha, no Rio. Vinte e cinco policiais militares foram denunciados pelos crimes de tortura, assassinato, ocultação do cadáver e obstrução da Justiça.

Há um desencontro histórico entre o que se quer da polícia e o modelo que os governos mantêm nas instituições e na forja de novos policiais. Apesar de graduados em épocas diferentes, são parecidíssimos, em sua formação, os 79 PMs réus pelo massacre de 111 presos do Carandiru, em 1992, e os 25 policiais agora julgados no Rio de Janeiro pela morte de Amarildo. Os agentes do Carandiru foram treinados entre as décadas de 70 e 80; os do Rio, em sua maioria, são egressos de turmas dos anos 2010, dos bancos da academia dedicados a formar a nova polícia concebida pelo secretário de Segurança de Estado, José Mariano Beltrame. Na avaliação de especialistas em segurança pública ouvidos pelo site de VEJA, mudanças pontuais, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) ou os programas que trazem pequenas inovações, não são suficientes para entregar à sociedade uma polícia livre de vícios e mais voltada para o serviço ao cidadão do que para a guerra.

Militares

É a PM o alvo maior das denúncias de abusos, corrupção, ineficiência e, até, por sua ausência. Afinal, na divisão de competências estabelecida entre a polícia judiciária e a ostensiva, coube aos homens e mulheres fardados a missão de travar o corpo a corpo com a população, em situações que vão das operações de trânsito à contenção de protestos.
A antropóloga Haydée Caruso, professora da UnB, pesquisou a formação dos praças da Polícia Militar do Rio em trabalho de mestrado entre 2002 e 2004. Constatou que as principais instruções de procedimentos datavam da década de 80. O que havia de “novo” eram manuais criados em 1983 pelo coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira, que comandou a instituição nos anos 80 e é considerado o criador dos postos de policiamento comunitário em favelas do Rio. As disciplinas que dominam os currículos são as de ênfase jurídica e militar.
"As academias de hoje formam profissionais inseguros, que têm pouco conhecimento sobre a realidade da rua e do que a população quer desse policial. Rapidamente os conceitos novos são suprimidos pelo que dita a prática dos veteranos. O treinamento formal, de certa forma, melhorou. Mas não o suficiente para transformar os padrões de comportamento e a relação que o agente estabelece com a população”, afirma Haydée.

A formação dos agentes é um reflexo da forma como foram concebidas as instituições policiais, um problema bem anterior à ditadura militar. As forças que hoje atuam nas cidades nasceram com o intuito de servir à sociedade democrática. “Temos no Brasil uma cultura policial muito arraigada, anterior até à ditadura militar. Nossa estrutura policial foi concebida para finalidades não vinculadas à sociedade democrática, com a polícia que caçava escravos, formada por jagunços e milícias com a finalidade de cumprir interesses que não são os da cidadania, em um tempo de desigualdade social muito grande”, explica o sociólogo Rodrigo Azevedo, professor e pesquisador da PUC-RS, especializado em ciências criminais.

A divisão de competências entre as instituições civis e militares criou no Brasil um padrão que tem, ao mesmo tempo, sobreposições e descontinuidade de competências. É a Polícia Militar que age na rua, aborda o cidadão, prende suspeitos e conduz as “ocorrências”. Mas é a Polícia Civil a encarregada de registrar, encarcerar, indiciar e encaminhar os casos ao Ministério Público e, finalmente, à Justiça. Em resumo, uma força detém os registros, os dados específicos e a documentação sobre a criminalidade; e é outra corporação a encarregada de prevenir o crime, atuar nos locais e momentos em que determinado delito pode ocorrer. Na prática, essa fissura no processo também cria disputa de poder, com os comandos das duas instituições disputando controle, por exemplo, sobre as interceptações telefônicas e sobre posições no Executivo – mais especificamente nas secretarias de Segurança e nos ministérios ligados a essa área.

A fissura nesse procedimento alimenta uma corrente que defende a desmilitarização da polícia. Coordenador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (Crisp/UFMG), o sociólogo Claudio Beato rejeita medidas abruptas e radicais sobre as PMs. “A desmilitarização saiu das ruas muito desfocada. De fato, temos problemas com o sistema no qual duas polícias trabalham sobre a mesma coisa. A estrutura dupla não funciona. É preciso criar uma polícia que funcione paralelamente às atuais, até uma substituição completa. Seria algo como uma polícia metropolitana”, defende Beato.

A desmilitarização, isoladamente, não é solução, indicam especialistas ouvidos pelo site de VEJA. Afinal, as instituições civis também são corroídas por corrupção, corporativismo e pressões políticas e ideológicas. “A Polícia Civil é cartorial, burocrática, não investiga. O delegado de polícia – um bacharel em Direito – é muito descolado do processo de investigação. Lida com tiras que cumprem processos viciados de uma rotina não necessariamente compatível com que diz essa chefia”, exemplifica Azevedo.

Truculência 

De forma geral, as polícias recebem mais críticas por excessos do que por suas omissões. De acordo com Luciane Patrício, superintendente de educação da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o currículo de formação dos praças da PM foi reformulado em 2012, com mais foco em disciplinas técnicas e conteúdo humanístico. Mas ela reconhece que as boas práticas ensinadas na academia ainda precisam ser respaldadas por uma mudança na "estrutura institucional". "Toda a estrutura institucional precisa caminhar nessa mesma direção. Essa lógica de formação militar está em disputa com uma lógica que defende um policial que preste serviço para a comunidade. Ainda predomina uma doutrina militar, de que existe um inimigo público a ser perseguido. Acredito, porém, numa superação da lógica cidadã, de que a polícia é prestadora de serviço e não para fazer guerra", diz Luciane.

As UPPs ainda são, com todos os defeitos, o programa que mais apresentou resultados no Rio de Janeiro – um local onde o crescimento do tráfico de drogas e das quadrilhas parecia algo impossível de combater. Mas, como alertam os especialistas em segurança, como projeto pontual, as unidades da polícia instaladas em favelas têm limitações. O pedido de ajuda ao governo federal e às Forças Armadas, que possibilitam agora a ocupação do Complexo da Maré, comprova a tese. As UPPs são vitais para que o Estado do Rio não regrida, mas sozinhas não dão conta do problema. Desde a ocupação do Morro Dona Marta, em Botafogo, em 2008, até o estágio atual, o programa se expandiu e abarcou ao todo 37 favelas. Em algumas delas, no entanto, o objetivo de “pacificar” ainda é algo distante, e os PMs tornaram-se alvos de bandidos ou, como a “velha polícia”, carecem de credibilidade. Com informações da revista Veja.

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