14 fevereiro 2014

PC não prendeu assassinos de Juraci


    A polícia civil ainda não conseguiu prender os três homens que mataram o agricultor Juraci Santana, na madrugada de terça-feira. A operação de caça aos criminosos é comandada pelas delegacias regionais de Ilhéus e Itabuna. 
A polícia colheu depoimentos que apontam dois supostos "caciques" tupinambás como envolvidos na morte de Juraci Santana. O produtor rural era líder do Assentamento Ipiranga, no Maroim, em Una.
Os suspeitos são dois caboclos, Cleilton e Pascoal, que conseguiram da Funai o título de "caciques". Testemunhas relatam que as vozes e a estatura dos homens que assassinaram Juraci eram idênticas às dos falsos tupinambás.
Cleilton e Pascoal são acusados de assediar os assentados para que se cadastrem como índios, como foi feito com centenas de negros, mulatos e caboclos da região. Juraci era contra.
Até aqui, há silêncio por parte dos policiais que participam das investigações. O clima na região do conflito permanece tenso, apesar de não ter sido registrado confronto nesta quinta, nem na zona rural de Una nem em Buerarema. (A Região)

Entenda como deu inicio essa nova fase do conflito

Babau desafia justiça e lidera invasão de fazendas nos municípios de Buerarema, Ilhéus e Una. Para a Polícia Federal, não há dúvida de que Rosivaldo Ferreira da Silva, conhecido como “Cacique Babau”, está comandando, desde o ano passado, a maioria das invasões de terra no sul da Bahia. babau
      Ele é suspeito ainda de liderar ataques a pequenos agricultores. Uma das ações recentes do líder dos supostos tupinambás foi a reocupação da Fazenda São José, na região de Serra do Padeiro, em Buerarema. 
      Os “índios” foram retirados da propriedade no dia 28 de janeiro, durante uma operação da Polícia Federal, mas voltaram para o local menos de 72 horas depois. 
      No domingo, 2, cinco dias depois que os agentes federais cumpriram o mandado de reintegração de posse da Justiça Federal em Ilhéus, pelo menos 10 pessoas foram encontradas na Fazenda São José. Desta vez, eles evitaram o enfrentamento com os policiais, o que não ocorreu no dia 28. 
      Criança 
      Os supostos índios fugiram para a mata e deixaram para trás uma criança de apenas dois anos, que os policiais da delegacia de Ilhéus tiveram que recolher. Sem alternativa, os agentes federais levaram o menino M.S.M. para o Conselho Tutelar de Ilhéus. 
      A criança está sob os cuidados dos funcionários da Creche Acolhimento Renascer. Ela ficará no abrigo até sair uma decisão judicial. Os “tupinambás” não se intimidaram nem com a implantação de uma base da Força Nacional de Segurança na Fazenda Sempre Viva, no limite de Ilhéus com Buerarema. 
      A unidade foi instalada pelo Ministério da Justiça para evitar confrontos entre os “índios” e pequenos agricultores que, mesmo com a reintegração de posse, não estão retornando para as áreas por temer a ação violenta dos invasores comandados pelo “Cacique Babau”. 
      Defesa 
      No site do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o “Cacique Babau” alega que “existe uma rede de mentiras e manipulações para responsabilizá-lo sobre tudo que acontece em Ilhéus e Salvador”. Ele diz que é liderança somente de Serra do Padeiro e há pelo menos outras 20 “de seu povo”. 
      “Babau”, que é mulato e se autodeclarou “índio”, afirma ainda que os pequenos agricultores não são atacados, mas protegidos pelo “povo tupinambá” e que só sairão de suas propriedades quando o governo federal levá-los para outra região. 
      O líder das invasões afirma que um grupo de fazendeiros pressiona para que os pequenos agricultores deixem as propriedades e acusem os “índios” de violência. 
      No site do CIMI também é relatado que os assassinatos de Aurino Santos Calazans, 31, Agenor de Souza Júnior, 30, e Ademilson Vieira dos Santos, 36, na comunidade Cajueiro, em Una, em novembro do ano passado, ocorreu por causa dos conflitos pela terra. 
      Porém, inquérito da polícia indica que os acusados pelas mortes também se declaram índios e agiram por vingança. 

Exército tem 700 soldados em Ilhéus


Quase 700 homens do Exército estão em Ilhéus. O comandante da 6ª Região, general Racine Bezerra Lima Filho, diz que o governador Wagner ainda não pediu, oficialmente, que o Exército assuma a segurança na área do conflito.
A assessoria do governador informou que o pedido foi encaminhado à presidência da República nesta quinta à tarde. Por enquanto, segundo o general, a tropa está em treinamento de rotina, reconhecendo a região.
O general participou de reunião em Ilhéus com representantes das polícias, governos municipais, vereadores e produtores rurais da área do conflito.
Desde quarta à tarde, quando chegaram os primeiros homens da tropa, helicópteros fazem sobrevoo na área do conflito. Nesta quinta, a segurança era feita apenas pela Polícia Militar.(A Região)

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