Em Salvador, governo e médicos se dividem em relação à capacidade de atendimento diante da expectativa da chegada de milhares de turistas atraídos pelos três clássicos europeus que serão disputados na Arena Fonte Nova na Copa; o governo garante que a estrutura montada é suficiente para atender a demanda, mas representantes do Sindicato dos Médicos da Bahia discordam; "Tanto o serviço municipal quanto estadual na Bahia estão passando por grandes dificuldades", diz Francisco Magalhães (foto), presidente do Sindimed
Em Salvador, semanas antes do início da Copa do Mundo, governo e
profissionais de saúde se dividem em relação à capacidade de atendimento
diante da expectativa da chegada de milhares de turistas atraídos pelos
três clássicos europeus que serão disputados na Arena Fonte Nova. O
resultado só poderá ser medido no final da Copa do Mundo. O governo
garante que a estrutura montada é suficiente para atender a demanda. Já
representantes do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA)
discordam.
"Tanto o serviço municipal quanto estadual na Bahia estão passando
por grandes dificuldades", disse Francisco Magalhães (foto), presidente
do Sindimed, ao mencionar a falta de estrutura e profissionais nas
unidades. "As instalações estão precárias e, em termos de pessoal, há
restrição de contratações e isso começa a se constituir em precarização.
Os [profissionais] que têm, acabam trabalhando mais, com sobrecarga".
No início de maio, médicos da rede municipal de Salvador decidiram
aderir à greve, deflagrada por outros servidores da capital baiana e que
terminou na semana passada.
A Arena Fonte Nova será palco da disputa entre Espanha e Holanda, no
dia 13 de junho; Alemanha e Portugal, no dia 16 e Suíça e França, no dia
20. Nesses dias, três postos de atendimento funcionarão no perímetro do
estádio, com médicos e enfermeiros, abrindo três horas antes da partida
e fechando uma hora depois. O mesmo esquema será repetido no dia 25,
durante a partida entre Irã e Bósnia-Herzegovina, e nos dias 1º de
julho, em uma partida das oitavas de final, e 5 de julho, durante um dos
jogos das quartas de final.
Luciana Peixoto, diretora de Atenção e Saúde da Secretaria Municipal
de Saúde e responsável pela área durante o Mundial, explicou que os
profissionais lotados nas unidades de atendimento avançado estão
preparados para atender desde casos mais simples de ortopedia até fazer
pequenas cirurgias. Números do governo apontam que, no perímetro da
arena, vão atuar mais de 160 profissionais de saúde, entre médicos,
enfermeiros, técnicos em enfermagem, condutor do Serviço Móvel de
Atendimento de Urgência (Samu) e agentes da vigilância sanitária.
"As equipes das unidades de emergência próxima à arena também terão
mais profissionais de enfermagem do que o normal. Se tem oito terão,
pelo menos, dez enfermeiros", acrescentou.
O governo aposta no esquema e diz que as experiências vividas nos
eventos-testes, como o carnaval fora de época e a Copa das
Confederações, provaram que a estrutura montada é suficiente para
atender ao evento. "A rede já tem expertise de fazer o carnaval. O posto
é similar, tem a mesma estrutura e profissionais capacitados que já
sabem como encaminhar. A experiência na Copa das Confederações mostra
que transferimos menos de 10% das pessoas atendidas nos postos",
informou a diretora.
Luciana Peixoto garantiu que os atendimentos aos moradores da cidade
não serão prejudicados com a chegada de um número maior de turistas. "Na
rede de urgência e emergência, aumentamos mais uma Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) e em junho teremos mais uma para atendimento imediato e
estamos reforçando as unidades existentes".
Durante o Mundial, além das dez UPAs que estarão em funcionamento em
Salvador, quatro hospitais estaduais na capital, além da unidade de
ortopedia, foram acionados para funcionarem como unidades de retaguarda
caso seja necessário transferir pacientes. Não existem hospitais
municipais em Salvador.
De acordo com informações do plano integrado de saúde para a Copa,
formulado por órgãos do estado e do município, a rede estadual tem 217
leitos clínicos e 78 de UTI. Durante o período dos jogos, haverá cerca
de 50 ambulâncias do Samu.
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