20 julho 2013

Pequena Dose De Ácido Acetilsalicílico (AAS) Pode Reduzir Risco De Câncer

De acordo com os pesquisadores de Oxford, os benefícios do uso diário de AAS podem compensar os riscos de sangramento no estômago e no intestino, mas eles ressaltam que não estão recomendando o consumo. 

Um estudo coordenado pela Universidade Britânica de Oxford indicou que uma pequena dose diária de ácido acetil-salicílico pode reduzir em 25% em média o risco de vários tipos de câncer.Existem muitos medicamentos no mercado que têm o AAS como princípio ativo.

A aspirina é o mais antigo deles.De acordo com os pesquisadores, os benefícios do uso diário de AAS podem compensar os riscos de sangramento no estômago e no intestino, mas eles ressaltam que não estão recomendando o consumo.

O ácido acetil-salicílico também é associado à redução de ataques cardíacos e derrames.

Pesquisas apontam, a cada dia, novos benefícios relacionados ao ácido acetilsalicílico. Mas os médicos alertam para os perigos da automedicação e do mau uso desse remédio.

Principais Benefícios Do Ácido Acetil Salicílico


1- Reduz a temperatura do corpo, durante processos febris leves (37,5 ºC a 38,5 ºC). Em casos de febres mais agudas, que chegam a 39 ºC ou mais, a aspirina deixa de ser indicada como antitérmico.

2- A aspirina pode prevenir câncer de cólon, de mama e pele, segundo sugerem pesquisas do Instituto de Genética Humana da Universidade de Newcastle (Grã-Bretanha), da Universidade de Columbia (Nova York, EUA) e do Instituto de Pesquisa Médica de Queensland (Austrália), respectivamente. Os cientistas, porém, reconhecem que os resultados ainda são insuficientes e que serão necessários mais estudos para que se afirme isso com mais propriedade.

3- Previne enxaqueca, trombose, acidente vascular cerebral (AVC ou derrame) e infarto do miocárdio, além de ser usado no tratamento de pessoas com ataques isquêmicos (responsáveis pela suspensão ou diminuição da irrigação sangüínea em alguma parte do corpo). Ao inibir o entupimento de veias e artérias, o uso diário de aspirina reduz em 25% o risco de infarto em homens e mulheres acima de 45 anos, segundo os médicos cardiologistas. É uma das grandes armas da medicina no combate a problemas cardiovasculares. Das 36.111 receitas prescritas no ambulatório do Instituto do Coração (Incor), em janeiro deste ano, 20.833 previam o uso do comprimido.

4- Alivia dores leves e moderadas, como cefaléias, cólicas (menstrual e outras), mialgias, dor de dente e dor de ouvido. Nesses casos, o comprimido atua como um analgésico.

5- Age no combate e prevenção de inflamações nas articulações, como artrite reumatoide osteoartrite e artrite juvenil. A ação é tripla: o medicamento funciona como anti-reumático, anti-inflamatório e analgésico.

6- Combate reações hansenianas leves (lepra) e a doença de Kawasaki, inflamação dos vasos sanguíneos de crianças que ocasiona febre. Age como anti-inflamatório e também como antiagregante plaquetário, atenuando os processos infecciosos e inibindo a formação de coágulos no sistema circulatório.

Ele é considerado o medicamento do século. Não apenas por ser o fármaco mais vendido do planeta, mas principalmente por sua polivalência. Nenhuma outra droga tem tantas aplicações como o ácido acetilsalicílico, princípio-ativo de remédios como Aspirina (Bayer), Melhoral (Dorsay Monange), AAS (Sanofi-Aventis), Bufferin (Bristol-Myers Squibb), entre outros. É considerado um legítimo cinco em um: analgésico, antitérmico, anti-reumático, antiinflamatório e antiagregante plaquetário. Traduzindo, serve tanto para o alívio de gripes, febres, dores de cabeça e resfriados quanto para reumatismos e a prevenção de problemas cardiovasculares, como infarto e derrame.

Pesquisas recentes sugerem até que este comprimido comercializado em doses de 100 mg a 500 mg é eficaz na diminuição dos riscos de câncer.

Mas quando as pessoas devem tomá-lo? Já que ele é vendido sem necessidade de prescrição médica significa que podemos utilizá-lo indiscriminadamente? Em suma, é um medicamento inofensivo? O farmacologista George Washington Cunha, diretor-técnico do Serviço de Farmácia do Instituto do Coração (Incor), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, garante que não.

"Além das contra-indicações e dos efeitos colaterais, há problemas relacionados ao uso simultâneo de duas ou mais drogas", alerta o especialista. "Por isso é importante conversar com o médico antes de ingerir qualquer remédio. Mesmo no caso do ácido acetilsalicílico. É claro que não há grandes riscos em tomá-lo esporadicamente, para atenuar uma dor de cabeça leve ou um princípio de resfriado, desde que já se tenha feito isso outras vezes com o consentimento de um especialista", completa.

Outra dúvida freqüente é se a aspirina e seus similares realmente cumprem o que prometem. Quer dizer, tudo o que se fala deles é verdade?

O cardiologista Raul Dias Santos reconhece que são medicamentos bastante versáteis, capazes de amenizar quadros de mal-estar, causados por dores ou inflamações, e até reduzir riscos cardíacos. Mas avisa que sua eficácia tem limites e chama a atenção para os riscos. "É um remédio que pode levar a sangramentos do aparelho digestivo e úlceras, por exemplo". Não é porque o medicamento é bom e barato que as pessoas devem consumi- lo a cada incômodo que surge no corpo. Fique atento também às indicações, contra-indicações e aos riscos desse comprimido, e sempre consulte o seu médico antes de visitar uma farmácia para adquiri-lo.


ANVISA Solicita Cuidado No Uso Do Ácido Acetilsalicílico

Durante o inverno, há uma incidência maior de casos de doenças virais como a gripe, e por consequência aumenta também a utilização de medicamentos para aliviar os sintomas. Por esse motivo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou esta semana um alerta sobre a necessidade de restringir o uso de medicamentos com ácido acetilsalicílico no tratamento desses tipos de enfermidade. A precaução é necessária, já que crianças e adolescentes, ao ingerirem essa substância, têm aumentada a probabilidade desenvolver a síndrome de Reye. A doença apresenta sintomas como vômitos persistentes, letargia, mudanças de personalidade, como irritabilidade ou agressividade, e pode levar à morte.

A causa da síndrome de Reye ainda não é conhecida, mas segundo a Anvisa estudos demonstraram que o uso de medicamentos que contêm o ácido acetilsalicílico no tratamento específico de doenças virais aumenta o risco de seu desenvolvimento. A restrição já está no Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza, publicado pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o assessor técnico do Conselho Estadual de Farmácia, José Geraldo Martins, não há motivo para suspender definitivamente o uso de medicamentos com essa substância. "O acido acetilsalicílico é utilizado há muitos anos pela indústria farmacêutica. Os medicamentos que contêm essa base são muito seguros e eficientes. O que se deve fazer é evitá-los nos casos de doenças virais, como as gripes e a dengue."

Martins informou que, para evitar qualquer complicação referente a essa síndrome ou a qualquer outra doença, é importante que as pessoas não se automediquem. "A síndrome de Reye pode ocorrer com a utilização de doses normais desses remédios, e não há como dizer que quantidades podem gerar problemas. Por isso, é recomendável que a pessoa procure os profissionais da saúde antes de ingerirem remédio por conta própria."

O técnico explicou ainda que há outras alternativas no mercado para tratar os sintomas das viroses. "Os remédios à base de paracetamol, ibuprofeno e naproxeno não causam essa síndrome e aliviam os sinais da gripe."

Doença

Segundo Martins, a síndrome de Reye já era conhecida pelo profissionais da saúde há tempos, e em alguns casos ela pode levar o paciente à morte. A doença, que pode ocorrer durante a recuperação de uma infecção viral ou alguns dias após seu início, ataca todos os órgãos, mas se manifesta de forma mais incisiva no cérebro e no fígado. "Essa síndrome gera um aumento da pressão sanguínea dentro do cérebro, além do acúmulo de gordura."

A síndrome é mais comum em crianças e pré-adolescentes — dos 4 aos 12 anos —, mas já foram registrados casos em pessoas de todas as idade. Entre os sintomas mais comuns estão os vômitos, sonolência ou perda dos sentidos, irritabilidade e convulsões. A doença pode matar em poucos dias ou levar o paciente a alguma deficiência. Martins informou ainda que, a qualquer sintoma, os pacientes devem procurar, com urgência, tratamento médico adequado.

Por: CAROLINA CARVALHO e GIULIANO AGMONT


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